Ameaçado por extremistas afiliados a Al-Qaeda, comunidade no norte da cidade de Raqqa escolhe 'dhimmitude' sobre conversão ou morte.
Esta imagem de arquivo sem data publicada em um site militante na terça-feira, 14 de Janeiro de 2014, mostra combatentes da AL-Qaeda ligados ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) marchando em Raqqa, Síria (Crédito da foto: AP).
Os líderes cristãos da cidade de Raqqa, norte da Síria, capturados por uma antiga organização afiliada à al-Qaeda, assinaram um documento de submissão esta semana proibindo-os de praticar o cristianismo em público em troca de proteção por seus governantes islâmicos.
O documento, datado de domingo e disseminado através de contas islâmicas do Twitter, afirma que a comunidade cristã, na província de Raqqa, capturada em março passado pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), recentemente deu três opções: se converter ao islamismo; permanecer sob a submissão cristã, mas comprometido ao Islã, ou “enfrentar a espada". Eles optaram pela segunda dessas escolhas, conhecidas como dhimmitude.
No início deste mês, o comando central da Al-Qaeda se distanciou do ISIS, dizendo que "não era um ramo da AL-Qaeda.”.
A autenticidade do documento, exibindo o selo da Al-Qaeda, não pôde ser verificada de forma independente. As assinaturas dos 20 líderes cristãos na parte inferior do documento dito ter sido parte no acordo foram apagadas, aparentemente à seu próprio pedido.
De acordo com a lei islâmica clássica, cristãos e judeus que vivem sob a soberania muçulmana devem pagar um imposto conhecido como jizya em troca de proteção do governante muçulmano, conhecido como dhimma.
Os cristãos de Raqqa escolheram assinar o dhimma tratado sobre a guerra, o documento declarou, recebendo um compromisso por parte comandante ISIS local, Ibrahim AL-Badri, também conhecido como Abu Bakr Al-Baghdadi, a não ser sujeito a danos físicos ou orientação religiosa.
ISIS comandante Abu Bakr AL-Baghdadi (Crédito da foto: AP)
Em troca, os cristãos concordaram com uma lista de condições: que se abstenham de renovar igrejas ou mosteiros em Raqqa; não exibir cruzes ou símbolos religiosos em público ou usar alto-falantes em oração, não ler as escrituras alto o suficiente para os muçulmanos ouvirem do lado de fora, não realizar ações subversivas contra os muçulmanos, não realizar quaisquer cerimônias religiosas fora da igreja, não impedir que qualquer cristão que deseje se converter ao islamismo de fazê-lo, para respeitar o Islã e os muçulmanos e não dizer nada ofensivo sobre eles, para pagar o jizya fiscal no valor de quatro dinares de ouro para os ricos, dois para a média, e outro para os pobres, duas vezes por ano, para cada cristão adulto, a abster-se de beber álcool em público, e de se vestir modestamente.
"Se eles aderem a essas condições, eles vão estar perto de Deus e receber a proteção de Maomé o seu profeta. Nenhum de seus direitos religiosos será prejudicado e nenhum sacerdote ou monge será injustiçado", terminou o documento. "Mas se eles desobedecem qualquer uma das condições, eles não serão mais protegidos e ISIS poderá tratá-los de uma forma hostil e belicosa”.
ISIS proibiu anteriormente a venda de cigarros em Raqqa e forçou o véu para as mulheres em público. Na semana passada, o Daily Star Líbano informou, mudou o fim de semana oficial na província de quinta e sexta-feira de sexta-feira e sábado, como praticado em "países sem fé.”.
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