Com os centros de tratamento lotados em vários países da África que sofrem com o ebola, escolas tornaram-se locais de triagem de pessoas suspeitas de terem contraído o vírus. Porém, como a doença progride muito mais rápido que a ação dos agentes de saúde, muitos infectados acabam morrendo no local. As informações são do Daily Mail desta sexta-feira (15)
Nesta semana, médicos que atuam nas regiões afetadas admitiram que não sabem o verdadeiro número de mortes decorrentes do ebola. Com famílias escondendo seus parentes em casas com medo de serem levadas aos campos de isolamento, os médicos não conseguem documentar todos os casos e mortes
O médico Tarnue Karbbar, que trabalha para o grupo de ajuda do Plano Internacional, no norte da Libéria, afirma que na última semana apareceram cerca de 75 novos casos
― Muitos desses pacientes morrem e acabam sendo enterrados antes que possamos chegar até eles. Nosso desafio agora é colocar em quarentena esses doentes e tentar acabar com a transmissão
Segundo Joanne Liu, presidente internacional do Médicos Sem Fronteiras, não há nenhuma chance de conter a doença em um curto prazo
― Estamos correndo atrás de uma doença que é mais rápida que nosso atendimento, não conseguimos dar uma resposta à altura
O porta-voz da OMS (Organização Mundial da Saúde) em Genebra, Gregory Hartl, afirmou que “a enxurrada de pacientes que chegam aos centros recém-inaugurados é a prova de que não é possível acompanhar a doença”
Hartl acrescentou que um centro de tratamento com 80 camas abriu há alguns dias na capital da Libéria, mas, em poucas horas, já não havia mais vagas
No dia seguinte, dezenas de pacientes chegaram para serem tratados e não tivemos como
Enquanto os centros de tratamento estão lotados, especialistas vão de casa em casa em Kanema, na Serra Leoa, em busca de pessoas infectadas. Segundo eles, vários novos casos estão sendo descobertos
Com medo de irem para a quarentena, as famílias escondem doentes e até mesmo os enterram sem avisar as autoridades
Na última semana, a ONU (Organização das Nações Unidas) havia dito que a epidemia tinha sido “muito” subestimada e que seriam necessárias medidas extraordinárias para conter a doença
“Os funcionários trabalhando nos focos da doença coletaram evidências de que o número de casos notificados subestimam a verdadeira magnitude da doença”, afirmou a ONU
Atualmente, o único tratamento para a doença é um medicamento experimental produzido nos EUA. Na quarta-feira (13), os primeiros lotes do remédio chegaram à Libéria
Agora, os médicos se encontram em um dilema para decidir quais pacientes receberam o medicamento, já que não há como saber se ele melhorará ou piorará o desenvolvimento da doença
De acordo com a OMS, o número de mortos pelo ebola já subiu para 1.069, com a maioria das vítimas em Serra Leoa, Libéria e Guiné
DailyMail
0 comentários :
Postar um comentário